domingo, 23 de setembro de 2007

LÂMPADAS FLUORESCENTES- ECONOMIA PODE CUSTAR CARO !!

Também conhecidas como lâmpadas frias, são mais econômicas (cerca de 80%) que as incandescentes (lâmpadas tradicionais), mas o que muita gente não sabe é o quanto esse tipo de lâmpada é prejudicial à saúde e ao meio ambiente, pois quando quebradas acidentalmente ou simplesmente jogadas fora liberam substâncias tóxicas dentre elas o vapor de mercúrio, metal pesado que quando absorvido pelo ser humano pode causar problemas respiratórios, neurológicos e gastrointestinais, podendo causar até a morte.
A exposição excessiva à lâmpada fluorescente, que contém metais perigosos, pode prejudicar a pele. O grande problema é que algumas emitem junto com a luz visível uma quantidade variável de ultravioleta. A radiação do ultravioleta A e B já se sabe que é indutora de câncer de pele.
Dentre as pessoas que mais correm o risco de contaminação, estão os garis e catadores de lixo, pois com a falta de atenção no manuseio das lâmpadas, elas podem se romper e o trabalhador se contaminar respirando o mercúrio liberado. Segundo o Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, além de orientações que são dadas aos garis para o manuseio destas lâmpadas, os caminhões de lixo possuem mecanismos que garantem que o gari não irá respirar o mercúrio, mesmo após serem trituradas dentro do veículo. Quando absorvido, cerca de 80% deste metal permanece no corpo atravessando facilmente as membranas celulares, o vapor dissolvido atinge todos os órgãos humanos, inclusive o cérebro, ao chegar no sistema nervoso central, o mercúrio causa sintomas como déficit de coordenação motora, de concentração, memória visual, insônia, fadiga, confusão mental, numa síndrome conhecida como eritismo.
Uma lâmpada fluorescente padrão é formada por um tubo selado de vidro preenchido com gás argônio a baixa pressão e vapor de mercúrio, também à baixa pressão parcial, o interior do tubo é revestido com uma poeira fosforosa composta por vários elementos. Quando está funcionando, o mercúrio que está dentro dela não oferece riscos; entretanto quando se rompem na manipulação ou no descarte liberam cerca de 20 a 30 miligramas sob a forma de vapor de mercúrio que podem ser absorvidos pelo organismo. Em razão dos danos que as lâmpadas fluorescentes oferecem, as embalagens deveriam ter recomendações e simbologia de resíduo perigoso, uma vez separados os resíduos mercuriais podem ser tratados recuperando o mercúrio neles contidos, e com a finalidade de minimizar o volume de mercúrio descarregado ao meio ambiente, a melhor solução seria a reciclagem e consequentemente com a recuperação do mercúrio, além da coleta seletiva como acontece em outros países como Estados Unidos, Japão e diversos países da Europa.
Aqui no Brasil somente quatro empresas fazem esse tipo de serviço, uma localizada em São Paulo, uma no Paraná e duas em Santa Catarina, além do alto custo para reciclagem e conseqüente descontaminação dos resíduos, uma empresa cobra pelos serviços cerca de R$ 0,70 por lâmpada, a esse preço devemos acrescentar os custos com o transporte, embalagem e seguro contra acidentes, existindo uma despesa para se fazer a destruição das lâmpadas sem deixar que o mercúrio volte para o ambiente, além, é claro, do transporte, pois elas são muito frágeis, não podendo fazer longas viagens para reciclagem.
Segundo estimativas atualmente 95% das cerca de 40 milhões de lâmpadas fluorescentes consumidas são depositadas em aterros sanitários. O descarte errado contamina o meio ambiente. Uma única lâmpada é capaz de tornar não potável cerca de 20 mil litros de água.
No Brasil não existe uma lei federal para produtos que contenham mercúrio, como as lâmpadas. Alguns municípios e estados têm regras e penalidades para o manejo desses materiais. No Rio Grande do Sul, os estabelecimentos comerciais são responsáveis pelo encaminhamento das fluorescentes ao fabricante para o descarte correto.

As pessoas sabem que a fluorescente é perigosa, mas reclamam da falta de informação. “A gente não recebe orientação necessária. Sobre as lâmpadas se fala muito pouco em reciclagem” - e é a pura verdade. A realidade é que 94% das 100 milhões de lâmpadas fluorescentes consumidas por ano no Brasil vão parar nos lixões e aterros sanitários.

· QUAIS OS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER COM AS LÂMPADAS?

· Normas de segurança do trabalho determinam que no contato com lâmpadas quebradas, é necessário o uso de avental, luvas e botas plásticas.
· Quando houver quebra acidental de uma lâmpada, o local deve ser bem limpo por aspiração.
· Os cacos devem ser colocados de forma a não ferir quem os manipula e colocados em embalagem estanque, com possibilidade de ser lacrada, a fim de evitar a contínua evaporação do mercúrio liberado.
· Não jogue as caixas das lâmpadas fora. É recomendável que as unidades a descartar sejam armazenadas em local seco, na própria embalagem original, que as protegerá contra eventuais choques que possam provocar sua ruptura.

· QUAL A COMPOSIÇÃO DE UMA LÂMPADA FLUORESCENTE?Elemento
Concentração

Alumínio 3000
Antimônio 2300
Bário 610
Cádmio 1000
Cálcio 170000
Chumbo 75
Cobre 70
Cromo 9
Ferro 1900
Magnésio 1000
Manganês 4400
Mercúrio 4700
Níquel 130
Sódio 1700
Zinco 78



· COMO É O PROCESSO DE RECICLAGEM?

O processo de reciclagem começa na conscientização de seus usuários e fabricantes, outro fato determinante é seu transporte, a fim de que não ocorra a quebra de seu bulbo e que o mercúrio vaze. As lâmpadas passam por processadores especiais de esmagamento, sendo divididas por peneiramento, separação eletrostática e ciclonagem.
- terminais de alumínio
- pinos de latão
- componentes ferro-metálicos
- vidro
- poeira fosforosa
- isolamento baquelítico
São quebradas em pequenos fragmentos por um moinho, desta forma é possível separar o mercúrio. As partículas esmagadas restantes são levadas a um ciclone de exaustão, onde o vidro, terminais de alumínio e pinos são separados e ejetados do ciclone. A poeira retirada desse filtro é transferida para uma unidade de destilação para mercúrio. O vidro é limpo, testado e levado a reciclagem para fins de fabricação de embalagens não alimentares; o alumínio é levado para um processo de fundição; o mercúrio após recuperado também pode ser reutilizado.
O único elemento da lâmpada que não pode ser reciclado é o baquelítico existente nas suas extremidades.

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